Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Thursday, June 29, 2006

Ressaca do sonho

Vem naquele mar de Idéias

a ressaca, arrastando tudo com sua força incontrolável

querendo tudo pra si, apagando todo e qualquer vestígio de existência

um afogamento em quimeras, em correnteza descontinuas,

engolindo peixes porque no mar não existem sapos...

noites me afogando, porque não sei andar na água

se quisessem que eu nadasse far-me-iam inteira peixe

Mar incerto de águas doces, docemente traiçoeiras

Fico a imaginar o que aconteceria num dia de eclipse

O peixe morreria sufocado, ou a cabra morreria afogada?

Os dois morreriam por ar, e aqui o que esta em questão é o mar...

Se passo as noites a sufocar-me em águas de quimera

E os dias a suportar o quietismo da inexistência deixado pela ressaca

Quando vou ter certeza que me afogo por estar ébria e acordo sóbria, ou se estou embriagada pelo oxigênio e a água gelada deixa-me sã?

O que me embebeda são as águas de quimera, ou a poeira de devaneio? Ou será que passo a vida toda ébria?

A única coisa que sei é que isso me dá uma tremenda dor de cabeça, dor de cabeça que nem um remédio resolve, ai ressaca!



...Sonhei que estava bebada e acordei com dor de cabeça, quando levantei não sabia se era uma ébria sonhando estar sóbria, ou se sou uma sobria que sonhei estar bebada...

(La Folle's adapitation)

Sunday, June 25, 2006

Sentido?

Mas o que é isso?
Por que algo tem de tê-lo
Se nada vai sê-lo?
Por que tanto quere-lo
Se ñ entende-lo?

Segui-lo por onde não se vai
pode levar onde se espera
mas pode-se esperar lugar algum
Senti-lo onde ñ existe,
o mais puro desperdício
Procura-lo onde ñ se deve
A pior das frustrações
Inventá-lo pela sanidade
A maior das previsibilidades...
Sentido o cheirinho da beleza,
encontra-se na desconexão!

Sentido?

Tuesday, June 20, 2006

Entre borboletas e/ou laranjas


Laranja é borboleta e borboleta é laranja
Laranjas estão a bater asas no meu estomago
Estão a borboletear no céu laranja as borboletas
Se borboleteiam as laranjas em céu de borboleta
Hão de borboletear as borboletas no meu estomago?
se a laranja se descasca a borboleta sai da casca
se borboletas ñ tem casca faz-se suco de belbellitas
se belbellitas são belas e bonitas, então quero ser uma laranja
se borboletas plantam, e laranjas planam
suas asas e folhas num tamanho farfalhas fazem panapaná.
Ai de mim com esse panapaná, da qui pra lá
de lá para cá no meu estomago a flutuar
mas com tamanho borboletar não é de se espantar tanto a se questionar
laranjas são borboletas, borboletas são laranjas,
ou são simplesmente borboletas e laranjas?
Acho que andei tomando muito suco de borboletas...

Monday, June 19, 2006

A eternidade no triangulo das árvores

- O homem com o par de meias diferentes fazendo cruzadinha no banquinho
- O casal de bixas futricando como duas garotinhas apoiadas nos cotovelos
-Mamãe papai e seus sete patinhos no laguinho (7 o numero da perfeição)
- Garotinha fugindo do pai em um triciculo (amarrado no braço dele)
- A garota que se dizia não supersticiosa, parou na porta da eternidade iluminada pelo sol e deu a volta, a final que pode cortar-la?
- o vento levando e levando o cabelo
-o sol agradavelmente quente e acolhedor, aquele de fim de tarde fria.
- Parar p/ beber água, e bicicleta ñ fica em pé depois de 5 tentativas ... jogar ela no chão
- A mãe jovem, seu bebe lindo e a musica parar no exato momento em que ela o beija
- A bola flutuando no lago
-deitar na grama abrir o braços e olhar os raios de sol furando as nuvens
- menino fazendo yoga no ritimo da minha musica
- o cachorro que corre corre atrás da bola
- arvore que fica sozinha no nada, com suas florezinhas vermelhas
- o chão coberto de “algodoes” caídos das Paineiras
- casal de cines negros, nadando, e nadando juntinhos
- cheirinho da terra
- levantar cheia de folhas no cabelo, e o sol já se vai indo, e vem chamando
- Ficar 1:30 com a bicicleta e pagar só 1h
- * moço me vê um caldo de cana pequeno?* , com canudinhos laranja, como a borboleta e a camiseta... o celular?
- Canela roxa
- pilha do mp3 acabar
-passar no sebo e encontrar um livro que gosta...
Pode sentir?
Bárbara:
* Julia ñ vai agradecer a Deoris pelo dia?*
Julia:
*obrigada Deoris, pela canela roxa ¬¬*

A escoria contentada


* ela acordou como se tivesse sido tocada por uma pluma na pontinha do nariz*

abriu os olhos e fitou o teto, a estante,o apanhador de sonhos, o mensageiro dos ventos suas estrelas e luas refletindo a luz do dia encoberta pela cortina semi aberta, pode-se dizer que esqueceu-se de que era simplesmente Deoris...

Olhou as fotos, fitou seus desenhos e procurou por algo familiar, fixou o olhar no nada da parede lilás...

Sentiu a beleza do dia, viu a musica que vinha da sala, ouviu o cheiro do alho fritando,olhou para a ponta dos pés descobertos,escutou seu cobertor fofinho apoiado em sua pele,

Sentiu a porta se entreabrindo, percebeu alguém chegando, ouviu os pés bem na sua frente levantou os olhos como se quisesse escutar melhor, numa confusão de sentidos sentimentos...

-Bom dia Flor do Dia

Bárbara abre os olhos e sorri um sorriso afável, estica ao braços e pernas sem sentir que seus ossos podem quebrar, e afoga seu rosto no travesseiro.

Sente-se caindo, e caindo, caindo em seu corpo.Sbruft! E ai vem mais um dia que poderia fazer-se diferente, mas vai ser igual...só por em quanto, disse Deoris, por em quanto...

Wednesday, June 14, 2006

“As falas do silêncio”

É estranho a maneira pela qual aprendemos as coisas, não sei se a de todos mas pelo menos as minhas.

Hoje de manhã quando sai para admirar a beleza dos prédios e torres, pessoas e carros barulhos e ensurdecedores, deparei-me com uma das criaturas mais perfeitas da face da terra, um das mais curiosas também, talvez a de maior encanto e beleza, que nos hipnotiza com seu vôo e ficamos horas ah viajar em suas asas coloridas.

Ela voava e voava e voava...e como podem aquelas asinhas feitas de nada possível e acreditável ñ se cansarem, como pode um ser tão pequeno voar no meio de tanta confusão e ñ se perder, e ñ ter medo, ela chegou tão perto que penso que se ñ tivesse fechado os olhos com tanta brusquidão teria pousado no meu nariz...

Talvez o motivo de tanta beleza, esteja na morte certa... elas vivem como lagartas sofridas e rastejantes, ñ procuram esconderijos mas escondem-se do mundo e passam dias a refletir, sobre aquilo que tanto quero descobrir, então atingem a perfeição, tanta perfeição que ela ñ se deixa estragar pelo tempo.

Em suas asas onde o ar passa depressa, onde o vento à arremessa, onde a gente perde a pressa, sobre a qual se desconversa,sob onde perdemos as palavras e vagamos no silencio continuo e falado, falado e levado, no vento que pensamos para sempre perdido, viajando em suas asas, provocando e vagando,criando e devastando, acabando e causando caos,vento maroto das asas, aquele safado que se vai e deixa só seu rastro de perfume no ar

Ah... era uma panapaná,uma belbellita...

E quando nascerem suas asas ela deixará esse mundo de sanidade e sobriedade e não saberá que se deixou estragar pelo tempo.

Sunday, June 11, 2006

A viagem de trem com destino passado



Fui para casa de campo hoje, comer comidas gostosas e visitar a vovó

...

Fomos de trem eu e minha mãe.

Fui andando pela plataforma, e me sentindo pequena e pequena, e as cores foram se perdendo e tudo foi ficando como um filme velho.

E no roteiro o trem passava e o vento vinha levando os caracóis rebeldes da pequena garota com o olhar soberbo, de quem sabia que nada era suficiente (a mocinha) . O vão do trem(o vilão) parecia tão grande, ela tomou distancia e pulou lá dentro! como adorava andar de trem,e comer moedinhas de chocolate... segurava firme na mão de seu pai( o mocinho), e aquilo fazia-a acreditar que nada nunca poderia toca-la, que aquela grande mão na sua pequena a protegia do mundo...

Precisava de tão pouco para sentir-se segura (a moral)

Saturday, June 10, 2006

A lembrança esquecida há muito tempo encontrada

Bom Dia sol, como amanheceu hoje?

Você pensa menina, que acordei agora?

Já passei pelas montanhas, já sequei a roupa da lavadeira e as gotas de orvalho, já escondi as estrelas, e agora, só agora estou a amanhecer teu dia?...

Bom dia menina !!!

Qual é o problema de às vezes esquecer quem é, quando na verdade nem mesmo sabemos o que ser,e se soubesse.... quando em uma manhã de sábado esta a caminhar sozinha e pára para admirar o nascer do sol,e então tudo parece nada, quando você ainda nem sonhou e as nuvens se desfazem como imagens de uma mente cansada e sonolenta e quebram como ondas sobre sua cabeça, e tudo começa a ficar rosado, as luzes ainda nem se apagaram, mas ai o céu vem ficando azul e você vai voltando para realidade,venho lembrando que tenho que voltar para casa, que estou sentada no frio, sozinha, no vão livre do masp,e quando me levanto para sair e olho lá no fundo, no fundo do fim do mundo e ainda tem aquela pontinha de rosa, seria tão bom se ela passasse o dia todo lá, só para poder esquecer-se, as vezes...

Apaixone-se então pela lua, porque essa manhã quem me fez esquecer-te foi o sol e se a terra não fosse tão ciumenta em sua rotatividade, ficaria a observa-lo a vida toda, toda e esquecida... quem, eu ou a vida?

Friday, June 09, 2006

" Siga o coelho branco"

Fernando diz:

ai eh que esta

Fernando diz:

ou voce se ilude

Fernando diz:

ou se perde na toca do coelho

Bárbara diz:

na verdade

Fernando diz:

discover how deep is the rabbit hole

Bárbara diz:

ou vc ignora o coelho

Bárbara diz:

ou vc se perde

Bárbara diz:

ou toma chá com ele

¹Medo [ do lat. Medu] Adj. 1. Da, pertencente ou relativo à Média antigo reino O.N. do atual Irã (Ásia); Médico 2. O natural ou habitante da antiga Média 3. Gloss. Língua indo-européia, extinta, falada pelos medos.

Medo [ do lat. Metu] 1.S.M. sentimento de grande inquietação ante a noção de um perigo real ou imaginário, de uma ameaça, susto, terror, temor, pavor 2. V. receio 3. A medo, timidamente, hesitantemente.

Sendo um medo uma língua desconhecida fica tudo muito claro o porque de sentirmos, se soubéssemos falar em Medo, talvez ele ñ existisse, pois ele esta em tudo que ñ sabemos explicar, que não queremos ou não podemos entender, ou que simplesmente não conhecemos, e que fazemos questão de fechar os olhos quando esta bem na nossa frente, tudo o que temos? Noção, e o que é noção perto da complexidade do todo?

E se um Médico tentasse falar nossa língua assim que abrisse a boca, correríamos mesmo que com as pernas quebradas antes de ele falar o primeiro A de seu dialeto, o medo!

A grande incógnita é que se o medo foi extinto, então como chamamos aquele frio na barriga que te descontrola, te faz correr, ficar inquieto, hesitante, gritar, se esconder, ou mesmo ficar quietinho e paralisado naquela posição desconfortável? Como podemos sentir o que ñ conhecemos, esse é o medo, só como ñ se pode descreve-lo pegaram uma coisa extinta e colocaram seu nome...creio que isso ñ queira dizer nada, ou talvez queira

Bom talvez devesse me especializar em línguas, lingua dos Medos!

Um exemplo vivo do Medo é a Morte, vire uma carta de tarô, o arcano XIII, e vc verá um face branca e assustada, não no arcano, esperando uma explicação, para aquilo que ñ tem, não existe, presencia o medo na pessoa, medo daquilo que ela não sabe o que é, medo do desconhecido e inexplicável, A MORTE, ela representa mudanças, a carta, pessoas temem mudanças... e a morte?

E de verdade quem seguiria o tal do coelho branco?

Tuesday, June 06, 2006

A relatividade absoluta da proximidade dos pólos do mundo

 Um dia li no profile de uma menina de olhos azuis que relatividade é tudo!
Aderi isso para lista de compras do meu mundinho fechado, e a partir daí desenvolvi a minha relatividade: ninguém é muita gente e todo mundo ñ é ninguém, Nunca, é muito tempo e Sempre é pouco de mais. O nascer do sol de lá pra cá é por, o inverno inverso daqui pra lá é verão... e a primavera?seria outono? ñ importa as folhas caem mas os dois são quase a mesma coisa com uma diferença de céu, frutos e flores! Amanhã, do outro lado, já é passado, e ontem de lá pra cá é agora, já ontem daqui pra lá é antes de ontem, creio que o conceito da palavra ontem no dicionário esta, não errado, digamos,incompleto sendo amanhã de lá pra cá depois de amanhã e entramos então em conflito com os verbos e suas devidas conjugações,e o mundo todo passa a ser errado com essas explicações e conceitos que algum idiota inventou e milhares de outros acreditaram... e quem disse que as coisas caem e ñ flutuam??e quem garante que se estamos distraídos andamos nas nuvens e ñ no asfalto? Se na verdade andamos o tempo todo nas nuvens quando estamos concentrados por demais ...
E se virássemos tudo do avesso, pólo e pólo juntinhos, a coisa ia ficar tão quente que o gelo derreteria, mas isso depende, e se virássemos pelo outro avesso? Digo pegando pelos lados ñ pelos pólos ai o longe vira perto e o perto vira longe...
E esse é meu mundinho... perto é perto e longe é longe... claro, depende do meu conceito.

Sunday, June 04, 2006

Nos corredores do desespero escolhendo limões


-vá pegar limões...
Sacola na mão, ** será que se escolhe limão como se escolhe laranjas?** algo dizia que ñ, mas Deoris continuava escolhendo-os como se fossem laranjas
Foi um, dois, três tantos limões que a sacola ñ mais agüentava e reclamava...
... Volta com limões, e fica olhando mamãe escolhendo as comidas, a insatisfação intermitente, inquietação descontente,uma certa intransigência intolerante com uma tristeza pela incerteza iminente e o olhar de quem ñ vê nada faziam com arranjasse subterfúgios para tira-la dali...
- Vou pegar papel higiênico (ela falava já enquanto andava como se ñ esperasse uma resposta)
Deoris caminha entre os sabonetes mas, ñ sente o cheiro de nada, procura pelo papel mais fofinho abraça-o como se fosse seu ursinho contra o peito e suspira... ela ñ esta ligando para o que as pessoas vão pensar em quanto anda abraçada com aquilo que nem mesmo ela lembra o que é...
Ahh... Deoris! Ela ñ sabe fazer limonadas, Pobre Deoris fazendo comparações com o gosto do limão e as opções da vida.
**Mas que diferença faz como se escolhe limão, todos vão ser azedos mesmo...**