Poderiam os poetas viver somente do sabor
e das entranhas nas
entrelinhas das palavras?
Saciar-se enquanto
elas escorrem pelo papel
na mais verdadeira
certeza de realidade.
Veem de seu intimo com
tanta intensidade
que engasga, vomita,
chora,
as ama , as amarra, e
as liberta em um tênue fio
que contorna o sentido
dos versos
Faz-se escuridão e
vazio,
como se tivesse parido
toda vida de dentro de si,
torna-se mortal
Se lhe falta a palavra
A fragilidade lhe
assola a alma
O corpo torna-se oco
A mente sã
morre a poesia e o
poeta insaciado