Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Tuesday, March 23, 2010

SerTerra



A relva verde, frágil, nova
brota por entre as pedras sufocantes
do asfalto.

As raízes fortes destroem
aquilo que o homem chama de
civilizado, buscando a umidade
que já não chega mais á terra

As flores afloram por entre os muros,
a natureza buscando saída com toda
naturalidade.

Nascendo e crescendo sozinha
Forçando, apesar de reprimida,
mostrando toda a sua vontade
de continuar viva.


A linda dança da sobrevivência,
Ensina-nos Terra, a sermos um

Para as palavras brotarem em mim como
As flores florescem nos muros, nos campos
Nos vasos...

Faz-me entender-te por intero,
para que as sementes em mim
plantadas tenham a mesma força
da relva nova e frágil, e possam nascer
entre as camadas de civilização de meu corpo.

Orienta-me, para que eu possa compreender
Seus pólos e direcionar meu caminho

Mostre-me essa dança de rodar em torno
Do sol, esse ballet entre as estrelas, ensina-me
Como dançar com a lua

Para que eu possa controlar meus ciclos
E minhas marés

Integre-me em seu seio, consuma-me
para que eu possa realizar a grandeza de ser
inteiro, de ser eu de ser você, de ser Terra e terra...
de compreender o paradoxo de ser tudo e todos
nada e ninguém...


Um ser, ser um, terra ... SerTerra ... Gaia