O dia em que me perdi passando de ônibus em algum lugar na
esquina entre a rua dos inválidos e a rua da relação, Rio de Janeiro – RJ.
Uma esquina um tanto poética eu pensei, procurei, mas nunca
mais dei conta desse encontro.
Peguei-me perguntando sobre invalidez... Esse termo, invalido, era dado para pessoas moribundas,
incapazes de produzir, provável que havia na rua um hospital.
E a rua correu, correu num tempo, correu num tanto, até
encontrar a relação.
E desse encontro, da relação com a invalidez, quando não há
mais o que produzir, se não repetir erros, padrões, círculos viciosos é quando
andamos como se tivessem moribundos acorrentados em nossos tornozelos, puxando
um peso morto, incapaz de desatar as correntes antes que ele se acabe em pó... Sem
renovação, sem evolução... Deve-se
olha-la definhar sem nada que se possa fazer? Como deixa-la partir, a relação,
como enterra-la?
Passei pela esquina, mas de alguma forma minha mente sempre
volta lá, se prostituindo a falsas ideias a fim de evitar o tal encontro ... Chego à conclusão que tudo finda, e algum dia,
pela vida ou pela morte, essas ruas, elas vão se cruzar.
Questiono-me apenas acerca do resultado da experimentação: Se soltar o peso moribundo antes que ele morra...
será que tem esperança de vida?