Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Saturday, August 27, 2016

Encontros em esquinas

O dia em que me perdi passando de ônibus em algum lugar na esquina entre a rua dos inválidos e a rua da relação, Rio de Janeiro – RJ.
Uma esquina um tanto poética eu pensei, procurei, mas nunca mais dei conta desse encontro.
Peguei-me perguntando sobre invalidez...  Esse termo, invalido, era dado para pessoas moribundas, incapazes de produzir, provável que havia na rua um hospital.
E a rua correu, correu num tempo, correu num tanto, até encontrar a relação.
E desse encontro, da relação com a invalidez, quando não há mais o que produzir, se não repetir erros, padrões, círculos viciosos é quando andamos como se tivessem moribundos acorrentados em nossos tornozelos, puxando um peso morto, incapaz de desatar as correntes antes que ele se acabe em pó... Sem renovação, sem evolução...  Deve-se olha-la definhar sem nada que se possa fazer? Como deixa-la partir, a relação, como enterra-la?
Passei pela esquina, mas de alguma forma minha mente sempre volta lá, se prostituindo a falsas ideias a fim de  evitar o tal encontro ... Chego à conclusão que tudo finda, e algum dia, pela vida ou pela morte, essas ruas, elas vão se cruzar.

Questiono-me apenas acerca do resultado da experimentação: Se soltar o peso moribundo antes que ele morra... será que tem esperança de vida?