Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Monday, November 16, 2015

Um livro por favor


O qual não se queira perder uma linha, uma letra
um que me faça esquecer do tempo
e das vicissitudes da vida,
do coração partido, da alma rasgada.


Que me leve em uma vida sem tédio.
Por favor, que não seja de autoajuda,
religião, ciência, ou vida real,
e que não me fale de amor

Um livro que apaixone,
arranque suspiros,
com o qual o tempo nunca estará perdido
que seja um companheiro
e saiba ceder espaço para acompanhantes

Precisa-se de um livro
que seja matéria prima para os sonhos
para o espírito
para a arte

Uma inspiração para liberdade.
Procura-se um livro…
indicações?

Sunday, November 08, 2015

Meio Verdades

Em verdade, a única que sei,

é que talvez nunca saiba o que foi verdade,

foi apenas porque quis que fosse

não porque era.


Algo como se as paredes contassem uma história,

mas seus cantos e encontros tivessem outra história,

alguma que eu nunca saberei ao certo



De fato, nem sei o que é, o que sou…

somos paredes que contam outras histórias em seus cantos.


As vezes, espero que meu coração encontre morada em uma casa redonda, 

em que paredes, são só paredes.

Tuesday, June 09, 2015

gato preto


E foi assim, cai num feitiço
achando que era feiticeira.

Cai tão profundo que achei que
estava no céu, e era o inferno

Desfrutei dos pecados,
acreditei que eram dádivas.

Entreguei-me ao prazer
e acreditei que era felicidade.

Ceguei-me diante da loucura
e, em um momento de claridão,
me vi desperta e nua, feito criança
com a pureza corronpida

Feito pedaços do que um dia foi
ideologia e gente,
do que um dia foi alma crente em Deus
e no amor

Crente na humanidade do homem
e na verdade dos abraços,
Um dia fui crente,
Um dia fui gente

hoje sou as migalhas
do que restou de um feitiço
do acaso ,

Migalhas do caso.

Sunday, March 08, 2015

Colecionador de Borboletas


Não se pode ser como posse
serei se não como a brisa

Passageira acaricia as folhas,
que gemem em delicioso prazer

Serei se não de mim mesma
a verdade

Livre como as gotas de orvalho
que na noite beijam a relva
e se esvaem ao primeiro raio de sol

Sou em deleite um olhar
que por pirraça
foge ao confronto

Um sorriso que
responde ser apenas sorriso

Como a borboleta que voa por voar
e por vontade própria te admira em graça

Por natureza é livre e bela,
não porque o quis ser

O ser que não se pode,
querer ser,
querer ter,
possuir

Se não como um colecionador de borboletas,
mortas em paredes de fundos sem cor.