Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Thursday, March 20, 2014

Correnteza

Ela olhava tímida por entre
as outras flores e folhas das arvores,
via lá embaixo o rio que corria
com forte delicadeza.

Respirou profundo,
corajosamente desprendeu-se dos galhos,
com uma dança graciosa
deslizou pelo vento até tocar a agua.
  
Como se fosse sugada por um turbilhão,
foi arrastada por entre galhos, plantas e pedras,
agarrou-se na esperança de salvar-se,
deixou um caminho cheio de marcas.

Afogou-se em seus amores,
raivas e sentimentos despretensiosos.
Afogou-se  no rio  das confusões de si,
arranhões, machucados e cicatrizes …

pedra, galho, correnteza, margem, mato, planta
bicho, chão... pedra, pedra, pedra correnteza.

Então, um carinho...
Entregou-se aos braços do rio,
E ele a abraçou em segurança
para levá-la ao mar

" A correnteza do rio vai levando aquela flor..."

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