Em um desses voos
noturnos,
num dia de cheia no céu
vi quando a lua tornou
prata o sangue que corre nas veias da terra.
Brilhava a cada curva
revelando o curso.
Corria vivo, margeado
pelo destino
para levar a mensagem
da vida.
Tocaram os tambores
e as estrelas
responderam no céu,
como um eco das flores
e ervas na mata
Perfumes exalavam pelos
poros das plantas,
uma inspiração
profunda preencheu o pulmão do tocador,
tocou em transe às notas trazidas pelo cheiro do vento.
Da cama de folhas na
terra,
de seu
sonho,
tocada pelas aguas prateadas,
e ungida pelo sangue da terra,
despertou nua e em toda sua natureza de
mulher,
a Rainha.
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