Aos Críticos

" Cada vez que o poeta cria uma borboleta, o leitor exclama:Olha uma borboleta!” O crítico ajusta os nasóculos e, ante aquele pedaço esvoaçante de vida, murmura: — "Ah! sim, um lepidóptero...”"

"Aos Loucos e Raros"

Apresento minha grande contradição, o que posso mostrar de meu mundo, de meu ser, de meu são.



Saturday, April 19, 2014

Migalhas


Há quem diga que são o que sobra, sujeira,
restos na mesa, no chão, nos pratos.
A pele que fica nas unhas,
o salivar pela refeição,
e o gostinho que ela deixaria na boca.
A réstia no canto de um olhar desejoso

Um toque com o que sobrou do dia
Com o que sobrou de tantos outros toques
Versos que ficaram fora de uma poesia
Segundos cheios no vazio das horas

Histórias construídas com restos de poemas
aqueles esquecidos nos rascunhos,
feitos com sobras de lembranças,
cheiros que restam nas roupas,
memorias que ainda ecoam pelo corpo
e suor desprezado pelo encontro dos poros.

Suspiros perdidos no vento
afetos que se esvaem em suave brisa,
tempestades, tormentas, furacões.

Seriam tão saborosas que somente bastam ?
Os pombos vivem de migalhas,
mas são apenas pombos.

2 comments:

Lisa Kahuna said...

Amei!!!

Lisa Kahuna said...

Linda! você e suas poesias!