
A relva verde, frágil, nova
brota por entre as pedras sufocantes
do asfalto.
As raízes fortes destroem
aquilo que o homem chama de
civilizado, buscando a umidade
que já não chega mais á terra
As flores afloram por entre os muros,
a natureza buscando saída com toda
naturalidade.
Nascendo e crescendo sozinha
Forçando, apesar de reprimida,
mostrando toda a sua vontade
de continuar viva.
A linda dança da sobrevivência,
Ensina-nos Terra, a sermos um
Para as palavras brotarem em mim como
As flores florescem nos muros, nos campos
Nos vasos...
Faz-me entender-te por intero,
para que as sementes em mim
plantadas tenham a mesma força
da relva nova e frágil, e possam nascer
entre as camadas de civilização de meu corpo.
Orienta-me, para que eu possa compreender
Seus pólos e direcionar meu caminho
Mostre-me essa dança de rodar em torno
Do sol, esse ballet entre as estrelas, ensina-me
Como dançar com a lua
Para que eu possa controlar meus ciclos
E minhas marés
Integre-me em seu seio, consuma-me
para que eu possa realizar a grandeza de ser
inteiro, de ser eu de ser você, de ser Terra e terra...
de compreender o paradoxo de ser tudo e todos
nada e ninguém...
Um ser, ser um, terra ... SerTerra ... Gaia